Enfim, livre das espinhas. Passou a fase. Mas hoje seu espelho
pode mostrar outro problema: as cicatrizes que ficaram. Ter cicatriz
depois das espinhas é uma tendência pessoal. Costuma acontecer em quem
teve um caso de acne mais grave, com cistos. Também aparece nos que
cutucaram muito as espinhas.
Foi isso que aconteceu com você? Pois então, é a você mesmo que eu
dedico essa coluna, que fala de como suavizar essas marcas. Dependendo
de como são as cicatrizes e do tratamento escolhido, elas melhoram
bastante e podem até desaparecer.
Aí vão boas opções de tratamento:
Preenchimento
Funciona muito bem se sua cicatriz desaparece ao esticarmos a pele.
Injetamos sob a cicatriz uma substância que aumenta o volume local. O
objetivo é deixar a cicatriz no mesmo plano que a pele ao redor. O
melhor preenchedor é o ácido hialurônico, que dura mais ou menos um ano.
Passado esse tempo, é hora de repetir o tratamento.
Subcisão
Se sua cicatriz não desaparece quando a pele é esticada, não dá para
usar o preenchimento. É que nesse caso existem fibras de colágeno que
repuxam a pele para baixo e precisam ser cortadas. Isso é feito com a
subcisão. Depois da subcisão, forma-se um hematoma que desaparece em
mais ou menos duas semanas. O tratamento pode precisar de várias
sessões.
Peeling químico
Neste tratamento, uma solução química age sobre a pele. Dependendo da
solução aplicada, o peeling pode ser superficial, médio ou profundo. Os
peelings superficiais renovam a epiderme, camada mais superficial da
pele. Ao se regenerar, ela fica mais uniforme. Funcionam nas manchas
deixadas pela acne, mas não nas cicatrizes.
Um ataque mais profundo também melhora a qualidade da derme, segunda
camada da pele. Quanto mais profundo esse ataque, maior o grau da
suavização das cicatrizes profundas. Se suas cicatrizes são assim, você
deve realizar alguns peelings médios ou profundos. Aumentando a
profundidade do peeling, aumentam também o desconforto e os riscos de
efeitos colaterais.
Dermabrasão e microdermabrasão
Na dermabrasão, uma lixa remove a epiderme e parte da derme. A
profundidade dessa abrasão é controlada diretamente pelo médico, que
determina o momento de parar. Com o tempo, nasce uma pele nova, de
superfície bem mais regular e com muito menos cicatrizes. A melhora,
após uma única sessão, é muito grande. As cicatrizes superficiais somem e
as profundas ficam menores.
Como você deve estar imaginando, perder toda a camada mais
superficial da pele é bastante agressivo e dolorido. A aparência logo
após o tratamento impressiona. Você deve se afastar de suas atividades
normais por um período de 3 a 4 semanas. E, por alguns meses, fuja do
sol. Tendo paciência para aguentar essa fase, o tratamento compensa.
Na
microdermabrasão, conhecida como peeling de cristais, um aparelho joga e
aspira pequenas partículas na pele. Isso também remove células, mas o
efeito é superficial, e muitas vezes nem ultrapassa a epiderme. A
profundidade da agressão também varia de acordo com o desejo do médico.
Laser
A agressão é semelhante àquela que acontece na dermabrasão. O laser
remove completamente a epiderme, camada mais superficial da pele, e
parte da derme, segunda camada da pele. Ele aquece essas camadas com
tanta intensidade que as células simplesmente evaporam.
Assim como na
dermabrasão, a aparência logo depois do tratamento também é
desagradável, e a pessoa deve cuidar bastante da pele sensibilizada. O
período de afastamento varia de 2 a 4 semanas, dependendo do laser
usado.
Laser fracionado
Por causa da eficiência do laser, mas dos problemas causados por
tamanha agressividade, surgiu a ideia do laser fracionado, um tratamento
mais moderno. Imagine o laser convencional como um cano jogando água, e
o laser fracionado como um chuveiro.
O laser fracionado produz milhares de pontinhos tratados em meio à
pele não atingida. A agressão salteada regenera o colágeno da derme e
renova a epiderme, com um tempo de recuperação rápido. O desconforto
após a sessão é pequeno. A melhora por sessão é menor que no laser
convencional, e por isso realizamos algumas sessões. Mas o efeito é
muito bom.
Por Lucia Mandel